segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Por entre as Gôndolas do Supermercado


Por entre as gôndolas do supermercado ele percebe uma figura familiar. De repente, sente seu corpo gelar, e seus batimentos cardíacos aumentarem. Por um instante, fica imóvel. Incapaz de qualquer movimento. Incapaz de qualquer ato, mesmo o mais simples. Mesmo o mais discreto. Não consegue sair do lugar. Afinal, esta é a primeira vez que a vê após a separação. Três meses - pensa ele – Três meses e ela continua linda. Maravilhosa.
Ao...s poucos a sensação desconfortante vai desaparecendo e os seus sentidos retornando. Então ele começa a segui-la com os olhos. À distância. Agora ela vai pegar o brócolis – pensa – Bingo. Ela não mudou em nada. Continua a mesma natureba de sempre. Sorri. Ainda a conhece muito bem.
Por entre as gôndolas, analisando cada passo da antiga companheira, ele se lembra dos tempos em que viveram juntos. E sente a falta que ela lhe faz. Ele ainda a amava. De longe percebe que pelas quantidades de produtos que ela estava comprando, ainda estava sozinha. Talvez ainda gostasse dele.
De repente foi acometido por uma vontade louca de ir até ela e dizer que lhe amava. Dizer que ela era a mulher da sua vida. Eu te amo – pensou – Te amo para todo o sempre.
Ela se vira para ele, mas finge não vê-lo. Continua a fazer suas compras, agora, mais devagar. Sente que ele a olha e começa a olhá-lo também discretamente. Então ele percebe que ela o viu e passa a fazer suas compras.
Por entre as gôndolas do mercado, ela o observa. Acompanha-o com os olhos. Nada mudou – pensa – Ele continua o mesmo. Os mesmos gostos, os mesmos modos. Será que ele ainda me ama? Como eu o amo!
Pensa em ir até ele e perguntar como ele está. Mas desiste da ideia. Este simples pensamento a deixou imóvel. Paralisada! O que ela mais quer neste momento é ir ao seu encontro. Abraçá-lo. Beijá-lo. Dizer que o ama. Dizer que ele é o homem da sua vida. Mas como fazê-lo?
Encontram-se no caixa. Estão lado a lado. Depois de meses de separação, lá estão eles, lado a lado, pela primeira vez.
Suas vidas novamente se cruzam. O destino novamente os une.
Olhando um nos olhos do outro dizem simultaneamente:
- Oi!
E se vão, cada um para o seu lado. Cada um para o seu caminho.
O orgulho que os separou ainda é o mesmo. Os dois vão continuar sofrendo cada um a sua maneira. E mais um ciclo se fecha...


                                                                                                 Marc Souz

Renda



Vi um vestido de roda
Vermelho fosco, rendado
Vi uma mosca
Uma pasmaceira
E no crepúsculo vespertino
Um mundo desencontrado
Malogrado diante de mim
Mas muito mais diante ti
Pairando ao dissabor da fórmula
                                                      Da magia, do porquê, da pergunta
                                                      Se ele era magro ou se era gordo?
                                                      Fez-se sol ou se fez chuva?
                                                     Ai, minha virgem Maria!
                                                     Eu te dizia e apontava:
                                                     Tu chames pela virgem Maria
                                                     Reze dez novenas
                                                     Coloque seus olhos no céu
                                                     Mas não chames mais por mim

Vi um diamante negro
Que caiu e se fragmentou
Em suas partes, repartindo-se
E noutras partes se juntando
E logo, fomos visíveis
Enxergamos, então, a vida
A dupla face dos semblantes
Vi um passarinho e ele me avisou:
- Há algo errado ai!
Porém o aviso foi ignorado
E não era mais cristal
Mas sua luz não o destronou
Só foi outro que passou
- Ai! De zanga se estragou?
Se era bicho ou se era gente?
Não sei.
Elementos mágicos, dizei:
Sangue de morcego... perna de rã...
Pé de pato... ou será sapo?
Hum... asa de mosca...

Vi um cristal tão límpido...
Que adormeceu minhas vistas
Tive um sonho. Foi uma hora.
Eu era rica e depois era pobre.
- Mas não há mais remédio!
Vi a transmutação do ouro em carvão
E as lágrimas cristalizaram-se
Foram ao fundo do último porão.
Este fundo que nunca atendeu
E nem nunca atende nossas finanças
Nossas falências, ruinas e nossos aterros.
Em suas suplicas ou em fragmentos
A vida nos fez em duas partes separadas
Eu nasci homem. Eu nasci mulher.
Uma rosa sem espinhos?
Jamais!
De que serviria?
E tu se pudesses, arrancarias?
Olho um lado, depois o outro.

Vi um raio de sol...
Foi quando as lágrimas caíram
Eu nasci e era bom
Mas o mundo me fez mal
Maldita corrupção que coroe a todos nós
Somos solitários ou desunidos?
Misericórdia! Faça uma opção!
Bendita seja a graça que lhe der seu coração.
Com o furor e a volúpia dos teus seios
Dá-se alma a esse corpo corrompido. Liberta-o!
Esse corpo que nunca parou
Que nunca rompeu
Nunca sentiu a norte chegar à surdina
Na calada da noite
Faço um pedido: alcança esse ser!
O ser desvelado em carência. Deixe-o ir!
Há flutuar sobre o profundo abismo da eternidade...
Silencio! Um minuto!

Vi o tempo voar... Voar...
O relógio marcou as doze badaladas
Nunca soubemos amar bem de perto
Oras! O que foi perdido? Perdido está!
Era uma luz dessas que ofuscam nossas retinas
E nos fadigam quando há desencontros
Estamos cansados, cansados demais
Além da medida, para além da jornada
É preciso trabalhar em silêncio, sem medir
Sem pedir, sem partir e sem desanimar
Já não se pode perder!
É preciso comer pedra se for preciso
Não há mais a esperança numa escuta
Que lhe possa atender se houver um apelo
Não existe uma criança que possa chorar
E nenhuma dor que se possa sentir
O tempo é passado!

Vi-me, eu mesmo, no espelho
Uma aurora! E que manhã!
Croissant, leite, pão e mel...
Se me abrisses uma janela
Pergunto-me todos os dias o que aconteceria
Ao adentrar do sol, vejo um vulto, uma sombra
Duas pernas
E nas pontinhas dos dedos
Levanto um braço
Levanto o outro
Olho, mas não entendo!
Espero que um sinal se realize
Logo depois... Mergulho no escuro
No vagar das tuas palavras
Encontro um mistério, uma aflição
E até a mais pura amplidão
Quis reter-se e resumir-se a sofreguidão dos versos
Que cantam e jubilam impacientes
Perfazendo mil e um buracos...
Se me desses uma renda, lhe daria meu poema.


                                                                                                       Ana Cláudia Dias

domingo, 30 de dezembro de 2012

O Tempo


Em Memória


Após trinta anos de casados, e um filho muito bem criado, resolveram se separar. Não que não se amavam, mas, naquele momento, ambos ansiavam por uma nova vida. Eles queriam viver novas aventuras. Ter novas experiências. Com o filho ali no altar, terminava um ciclo de suas vidas. O dever fora devidamente cumprido. Agora, estavam livres para viverem outros ciclos. Cada um à sua maneira.
Fizeram tudo para que tivessem uma noite maravilhosa. Afinal, além do casament...o do filho único, esta seria a uma noite de casados. Portanto tudo deveria sair maravilhosamente bem. O que, de fato, aconteceu. Nesta noite viveram intensamente todas as emoções possíveis. Nesta noite sorriram. Choraram. Nesta noite eles se amaram pela última vez.
De manhã, acordaram logo cedo e começaram a dividir seus objetos. Dividir suas histórias. Dividiram os discos, os livros, os cds... Como tinham gostos totalmente diferentes, não encontravam dificuldades em dividi-los. Com uma casa devidamente montada, os móveis, sem contar com a poltrona do papai, claro, ficaram com ela.
Tudo ia muito bem até que...
- Tudo certo, né? – disse ele – Agora só falta eu pegar o Tonico.
Tonico era o louro do casal.
- O quê? – pergunta ela – Pegar o Tonico?
- É... Por quê? Algum problema?
- Claro! O Tonico é meu! Daqui ele não sai.
- Seu? O Tonico é seu? Fui eu quem ganhou ele de presente. Eu.
- Mas fui eu, quem sempre cuidou dele. Quem o alimentou. Quem o medicou, quando foi preciso. Desculpe, mas o Tonico fica!
- Fica uma ova, Tonico vai.
- Fica!
- Vai!
De repente o que parecia tranquilo transformou-se em uma discussão sem fim.
- Fica!
- Vai!
- Quer saber – disse ele – O Tonico é quem vai decidir com quem ele quer ficar.
- Então está bom – respondeu ela – Você vai ver só.
Ele foi até a área de serviço, pegou o papagaio e colocou-o no centro da sala de estar. Ele se postou de um lado e ela do outro lado da sala, e puseram-se a chamar o bichinho pelo nome.
Diante disso, o coitado do bichinho, confuso, ora ia para o lado dele, chamando por papai, ora para o lado dela chamando por mamãe. Então, depois de horas de tentativa, desistiram. Desistiram não só da estupidez a que submeteram o coitado do animalzinho, mas, também desistiram da separação. Desistiram por amor, por amor a Tonico. As novas experiências, as aventuras, a nova vida teria que esperar um pouco mais. Afinal, Tonico não conseguiria viver sem qualquer um dos dois. Definitivamente não.
Dois anos se passaram até que Tonico veio a falecer. Uma grande comoção tomou conta de ambos. Ficaram dias em silêncio. Ficaram dias sem ao menos trocar uma só palavra. Depois do luto, se reuniram. Agora, estavam livres. Nada mais atrapalhariam seus planos.
Então, comovidos, emocionados, tomaram a decisão: Não se separariam mais, Tonico não gostaria nada, nada, de vê-los separados. Em memória do Tonico, resolveram ficar juntos para sempre.
Em memória do Tonico, só por isso.


                                                                                                                                                Marc Souz

A Primeira Vez


Santa Sabedoria

- Eu vejo... Dor... Muita dor... Eu vejo... Oh! Meu Deus! Quanto sofrimento... Não, não pode ser...
- O que o senhor vê? O que o senhor está vendo de tão horrível?
- Eu vejo guerras. Civis morrendo. Inocentes! Coitados, inocentes.
Estas palavras deixam todos preocupados, assustados tristes.
- Oh! – exclamam tristemente.
- Guerras estúpidas. Movidas somente pela ganância, pelo desejo de poder.
- Oh!!!
- O que mais, senhor? O que mais, o senhor vê?
- Desculpem, mas é horrível o que vejo... Deus! Tenha piedade destas pobres criaturas. Tenha piedade!
- Mestre!?
- Vejo uma fila... Uma fila enorme... É um hospital público. Pessoas estão jogadas pelos corredores. Sentem dor. Sofrem.
- Oh!!!
- Pobres pessoas... São pessoas sofridas, que precisam de ajuda, muita ajuda. Algumas sucumbem à espera e morrem. Faltam funcionários... Faltam remédios... Faltam médicos... É um completo caos...
- Oh!!!
- Oh!!!
- Oh!!!
- Silêncio! Silêncio! Eu... Eu, estou ouvindo tiros, muitos tiros... Quanto desespero. Ah! Quanto desespero! Pessoas foram mortas. Assassinadas. Pessoas boas. Que pena, pessoas boas, assassinadas pela violência. Famílias destruídas. Acabadas. Para sempre. Para sempre.
- Oh!!!
- Vejo pessoas andando pelas ruas como zumbis. Trapos de gente vivendo em função das drogas. Pessoas escravizadas. Pobres pessoas! Perderam tudo. Os amigos, a família, o amor próprio. Perderam a vida. Roubam, matam se prostituem, tudo para conseguir mais e mais drogas.
- Oh!!!
- Não tem casa. Trabalho. Ou sonhos. Perderam tudo. Perderam-se na vida. Oh! Que pena! Que pena! Não... Não... Não quero mais...
-Mestre! Mestre! O que está acontecendo, com o senhor?
- O quê?
- Desculpem é que a imagem é muito forte.
- Oh!
- Vejo pessoas passando fome. Magras. Com corpos cadavéricos, se alimentando muitas vezes com barro. É horrível. Horrível.
- Mestre desculpe, mas eu não acredito...
- Acredite meu filho! Acredite! Muitas pessoas não têm o que comer, sejam crianças, velhos ou mulheres. Infelizmente muitos estão padecendo deste mal. Falta comida. Falta emprego. Falta dignidade. É deprimente. Deprimente.
- Deprimente, e cruel.
- Vejo choro, muito choro. As crianças choram por estarem com fome. Os adultos, seus pais, choram por não poderem dar aos filhos o que comer... Pensamentos terríveis assombram os pais. O pai pensa em roubar. A mãe em se prostituir. Mas no fundo eles só precisam de um trabalho. Um trabalho digno. E, na verdade, é só isso que eles querem.
- Oh!!!
- O que mais o senhor consegue ver, mestre?
- Eu consigo ver muitas coisas, meu filho. Muitas. Infelizmente não consigo ver nada animador. Se for isso que você quer saber: “Desculpe, mas não vejo a luz no fim do túnel”. “Não vejo o arco-íris após a tempestade”. Infelizmente, não. Não há mais controle na maldade humana. Não há. Não há saúde, segurança ou bem estar social. Tudo parece estar perdido. A população está revoltada, acuada. O governo não cuida dela. E a corrupção na esfera governamental aumenta a cada dia que passa.
- Mestre, isso é um caos. O senhor, que nos ajuda, que nos guia neste caminho, diga-nos agora, o que devemos fazer para evitar que estas situações descritas possam de fato acontecer?
- Isso mesmo, mestre, como?
- Como?
- Como?
- Como?
- Não há como evitar. Infelizmente!
- Como assim?
- Como?
- Como?
- Nada mais pode ser feito. Pois, está escrito.
-Oh!!! – todos.
- Mestre, o que será da nossa família? O que será dos nossos filhos?
- Isso, mesmo! O que será?
- O que será?
- Desculpem senhores, mas, preciso me retirar. Estou, muito, muito cansado.
-Ah!!! - todos
- Com licença.
- Gente vocês ouviram o quê o mestre disse, o nosso mundo vai se tornar um caos. Este mundo que conhecemos hoje não vai mais existir para os nossos filhos. Estou muito preocupado.
- Todos nós estamos, mas, o que fazer? O mestre já disse que não tem jeito.
- Isso mesmo! Ele disse que, tudo o que viu já está escrito.
- E não podemos mais fazer nada.
- Eu não vou desistir! Tem que haver uma solução. Sabem de uma coisa, e vou perguntar a ele, como ele tem tanta certeza de que não há mais nada a fazer.
-Você esta ficando louco?
- Deve estar. Piradinho.
- Ele é o nosso mestre. Ele sabe de tudo, então, se ele disse que não da para fazer nada. Não dá mesmo. Como ele disse: Está escrito! Pronto! Acabou! Agora só nos resta é rezar.
- Eu não quero nem saber. Vou perguntar – dito isto ele vai até o mestre que já esta na porta de saída – Mestre! Mestre!
- Pois não, filho!
- Mestre, o senhor nos descreveu hoje um mundo muito perverso. Com muito sofrimento e dor...
- É verdade!
- Como o senhor pode ter tanta certeza de que não podemos fazer mais nada, para evitar que isto ocorra?
- Porque está escrito?
- Onde? Onde está escrito. Onde o senhor viu?
- Nas páginas dos jornais, ora bolas. Que ignorância, heim! Vocês não leem jornal não... Vocês têm que se atuali... Agora danou-se!

                                                                                                                  MARC SOUZ

Poesia Inutil


Amor, Estranho Amor


Ela o conheceu de maneira inusitada. Um belo dia, ou não tão belo assim, quando estava há poucos metros de sua casa, fora assaltada por ele. No principio sentiu raiva, indignação. Afinal, como um rapaz daquela idade que poderia estar trabalhando ficava roubando bolsas de mocinhas indefesas. Principalmente, quando em uma destas bolsas, havia quase todo o salário do mês e o inseparável smarthfone, comprado em dez parcelas, sendo que faltavam ainda oito par...a acabar de pagar.
Depois, veio à aceitação dos fatos: Poderia ter sido pior dizia ela. Ele foi até bem educado, frisava.
Bem educado? Na verdade ninguém entendia quando ela dizia isso, afinal, que a situação poderia ter sido pior, isso era um fato. Uma realidade. Agora, dizer que o ladrão fora até bem educado... Na verdade todos acreditavam que ao falar sobre a educação do assaltante ela procurava minimizar os fatos. A educação do assaltante era uma forma de defesa que encontrara, para não se desesperar diante da situação que vivera. Alguns amigos sugeriram que ela procurasse um psicólogo, mas, a sugestão não foi aceita.
Com o passar dos dias tudo voltou ao normal. Sua rotina diária era rigorosamente cumprida. Saía de manhã para o trabalho e retornava somente no inicio da noite, onde após o jantar ficava assistindo a tevê até adormecer no sofá. No entanto, algo em seu intimo mudou. Todos os dias ela ficava pensando no que lhe ocorrera. Todos os dias ela se lembrava com detalhes do assalto que sofrera. Ela não ficou traumatizada com o ocorrido. Na verdade, ela se apaixonou por seu algoz. Estava perdidamente apaixonada. Lembrava cada detalhe do assaltante, seu rosto, os olhos, seu jeito de falar. Não conseguia esquecê-lo. Mesmo naquela situação limite encontrara seu amor. Só de pensar em uma coisa dessas sentia um extremo nervosismo. Ele fora educado. Muito educado. E isso fez brotar em seu coração o amor.
Todos os dias ela passava pelo local onde o conheceu e ficava torcendo para que ele aparecesse novamente. Dissesse um oi. Ou até mesmo que lhe pegasse de súbito e a assaltasse. Queria vê-lo. Ouvir sua voz. Estava ficando louca! Claro! Mas não conseguia mandar em seu coração.
Então um dia algo inusitado aconteceu, quando retornava do trabalho, lá estava ele: lindo! Maravilhoso! Tão logo a viu, foi ao seu encontro. Ela não teve medo. De repente sentiu-se feliz. De repente sentiu os deuses sorrindo para ela. Então, quando ele chegou bem perto dela, ela estendendo a mão disse-lhe:
- Eu sei o que você quer. Você pode até levá-la, mas tem uma condição. – não entendendo nada, ele resolve sair dali, mas ela continua – Não se preocupe, não vou chamar a polícia. Não vou te denunciar. Se você quer minha bolsa, há terá! Mas terá que me levar em casa. – ele ficou imóvel – É pegar ou largar? Ou você quer que eu grite?
Sem alternativa, levou-a para casa. No caminho, ela contou tudo sobre a sua vida. Sobre seu trabalho. Sobre seus sonhos. Contou até que morava sozinha. E que saía de manhã e só retornava no começo da noite. Ao chegar a casa o pagamento: Deu-lhe a bolsa e entrou.
Feliz! Realizada!
Quanto a ele, apesar de não entender nada, saiu pela rua todo contente, afinal, nunca ganhara um dinheiro tão fácil.
Neste dia ela dormiu maravilhosamente bem. Feliz! Realizada! Apaixonada!
No outro dia de manhã, levantou-se bem cedo. Pediu demissão do trabalho. Arrumou toda a casa. Então, ao pegar uma garrafa de vinho para colocar na geladeira, abateu-lhe uma terrível dúvida:
Será que ele gosta de vinho branco, ou rose?

Marc Souz

Mundo em Fúria


Sepulcro


Inveja


De mansinho... de mansinho...


Trajes de transparência


Alma Feminina


Amor


Sons do Silêncio


Estrofes Invertidas



Amor Partido


Vida