terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Palavras, somente palavras...

Céu esbatido
Nevoeiro no ar
Uma goteira pinga, gota a gota, a gotejar...
E na solidão procuro sons que formem palavras
E palavras que formem uma canção
É como uma serenata a festejar
Ouço o cantar dos grilos...
Um canto que não é para entender
Mas essa música anuncia o isolamento
Tudo aqui está parado
Foi nesse mesmo instante que outro inseto muito incômodo fez um terrível zumbido em meus ouvidos. O bicho parece ter ouvido o meu chamado.
É um pernilongo.
Bate asas, bate que bate!
Faz inveja pra mim que sou humana e nem asas tenho.
Mas ele vai embora...
Procuro outro som, mas o que ouço é o motor da geladeira, que é uma máquina e não dá sinal de vida. Então me cansaço e desgostosa vou procurar uma imagem. Em qualquer canto descobrir uma imagem perdida, talvez nas sombras, no teto ou nas paredes.
Imagem ingrata, fácil de atravessar
Imagem ofusca, sem cor e sem vida
Diga-me! Oh! Imagem impiedosa!
Por que meu corpo esta quente e minha boca ávida e sequiosa?
E suas caricias onde estão?
Essas só encontro mesmo nas palavras, nos versos, na canção.
Mas de que valem as palavras?
E do que são feitas?
De mel?
Bebestes?
Perdão!
As palavras anunciam o preludio dos sentimentos, mas não refletem o luar e nem cheira flores, por que não possuem esse poder e muito menos descreve as almas.
São tão imortais como o vento!
Pois já não sufocam minha dor.

                                                                                          Ana Cláudia Dias

Nenhum comentário:

Postar um comentário